ObesidadeDoenças Associadas

Existem evidências científicas muito claras que o aumento do IMC, da obesidade central e do peso corporal estão associados a DM2, assim como o tempo de duração da obesidade. Estudos mostram que jovens com obesidade tem mais risco de se tornarem diabéticos, e a cada cinco unidades de aumento de IMC, aumenta-se em 120% a chance de morte por DM2.

A redução de peso é uma medida efetiva na redução do risco de DM2. Muitos estudos apontam a eficácia da cirurgia bariátrica em reverter o DM2 e manter a glicose em valores normais.

Hvidtfeldt UA, Gunter MJ, Lange T, Chlebowski RT, Lane D, Farhat GN, Freiberg MS, Keiding N, Lee JS, Prentice R, Tjønneland A, Vitolins MZ, Wassertheil- Smoller S, Strickler HD, Rod NH. Quantifying me- diating effects of endogenous estrogen and insulin in the relation between obesity, alcohol con- sumption, and breast cancer. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2012;21(7):1203–1212.

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Schauer PR, Bhatt DL, Kirwan JP, Wolski K, Aminian A, Brethauer SA, Navaneethan SD, Singh RP, Pothier CE, Nissen SE, Kashyap SR; STAMPEDE Investigators. Bariatric surgery versus intensive medical therapy for diabetes—5-year outcomes. N Engl J Med. 2017; 376(7):641–651.

Alguns tipos de câncer estão associados a obesidade. Em homens, os principais são: câncer de cólon, reto e próstata. Em mulheres, câncer de mama, endométrio e vesícula biliar são os mais comuns. Mulheres que aumentaram 25kg ou mais após os 18 anos tem risco aumentado de câncer de mama, assim como mulheres que ganharam mais de 10kg após a menopausa, se comparadas com as que permaneceram com o peso estável.

Brawer R, Brisbon N, Plumb J. Obesity and cancer. Prim Care. 2009;36(3):509–531.

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Aune D, Navarro Rosenblatt DA, Chan DSM, Vingeliene S, Abar L, Vieira AR, Greenwood DC, Bandera EV, Norat T. Anthropometric factors and endometrial cancer risk: a systematic review and dose-response meta-analysis of prospective studies. Ann Oncol. 2015;26(8):1635–1648.

Eliassen AH, Colditz GA, Rosner B, Willett WC, Hankinson SE. Adult weight change and risk of postmenopausal breast cancer. JAMA. 2006;296(2): 193–201.

Muitos estudos evidenciam que conforme ocorre o aumento do IMC, amentam os riscos de doenças cardíacas, assim como o aumento de peso aumenta o risco em um indivíduo com IMC inicialmente mais baixo. em um estudo britânico, houve aumento do risco em 6% para cada 1,1 kg/m² de IMC entre 6.452 homens pesquisados. Um estudo americano chamado Nurse's Health Study indicou queo risco de mulheres desenvolverem doença coronariana foi 3,3 vezes maior com um IMC maior de 29,9 kg/m² se comparadas a mulher de IMC médio de 21 kg/m².

Flint AJ, Hu FB, Glynn RJ, Caspard H, Manson JE, Willett WC, Rimm EB. Excess weight and the risk of incident coronary heart disease among men and women. Obesity (Silver Spring). 2010;18(2):377–383.

Emberson JR, Whincup PH, Morris RW, Wanna- methee SG, Shaper AG. Lifestyle and cardiovascular disease in middle-aged British men: the effect of adjusting for within-person variation. Eur Heart J. 2005;26(17):1774–1782.

A hipertensão é o mais importante entre 67 fatores de risco para doença coronariana, AVC, insuficiência renal, e morte por qualquer causa. Entre indivíduos que reduzem a pressão arterial após obterem perda de peso efetiva, aqueles que se mantém magros também estabilizam a pressão arterial, em comparação aos que reganham peso, que voltam aos níveis pressóricos anteriores. Em uma metanálise de 25 estudos, observou-se correlação entre a perda de peso e a diminuição da presão arterial.

Neter JE, Stam BE, Kok FJ, Grobbee DE, Geleijnse JM. Influence of weight reduction on blood pressure: a meta-analysis of randomized controlled trials. Hypertension. 2003;42(5):878–884.

O sobrepeso e a obesidade predispõem ao surgimento de Apnéia Obstrutiva do Sono, uma afecção que pode ser grave e ameaçar a vida. O aumento da intensidade do ronco é uma característica. Há aumento de despertares e diminuição da eficiência do sono, devido à obstrução aérea da ventilação e da oxigenação cerebral. Indivíduos acordam cansados e, muitas vezes, passam o dia com sono devido à dificuldade de repouso noturno, o que aumenta o risco para desenvolverem tarefas que exijam atenção.

A obesidade está associada ao surgimento de colelitíase (pedras na vesícula). Em uma metanálise foi reportado que o risco de doença na vesícula aumenta em 63% para cada 5 unidades de aumento do IMC. Para cada aumento de 10cm na circunferência da cintura, um aumento de 46% do risco é observado.

Aune D, Navarro Rosenblatt DA, Chan DSM, Vingeliene S, Abar L, Vieira AR, Greenwood DC, Bandera EV, Norat T. Anthropometric factors and endometrial cancer risk: a systematic review and dose-response meta-analysis of prospective studies. Ann Oncol. 2015;26(8):1635–1648.

A doença gordurosa do fígado é associada à obesidade. O excesso de gordura no fígado é chamado de Esteatose. Como passar do tempo, acontece a lesão das células do figado devido à inflamação, quadro que denominamos Esteatohepatite. Nesta fase há um risco real de evolução para fibrose e consequente Cirrose Hepática. A esteatose é considerada a manifestação da síndrome metabólica no fígado. Estudos mostram que para cada aumento de 1 unidade de IMC, aumenta em 20% o risco de esteatose, e para cada centímetro de circunfência de cintura, o aumento de risco é de 7%.

Li L, Gan Y, Li W, Wu C, Lu Z. Overweight, obesity and the risk of gallbladder and extrahepatic bile duct cancers: a meta-analysis of observational studies. Obesity (Silver Spring). 2016;24(8): 1786–1802.

Pang Q, Zhang JY, Song SD, Qu K, Xu XS, Liu SS, Liu C. Central obesity and nonalcoholic fatty liver disease risk after adjusting for body mass index. World J Gastroenterol. 2015;21(5):1650–1662.

Para cada 5 unidades de incremento de IMC, o risco de gota aumenta 62% em homens e 49% em mulheres. Se comparados com um indivíduo de IMC 20 kg/m², pessoas com IMC de 30, 35 e 40 kg/m² têm, respectivamente, 2.67, 3.62 e 4.64 vezes mais chance de ter gota. (202)

Aune D, Norat T, Vatten LJ. Body mass index and the risk of gout: a systematic review and dose- response meta-analysis of prospective studies. Eur J Nutr. 2014;53(8):1591–1601.

A osteoartrite que se desenvolve em joelhos e tornozelos está diretamente associada ao trauma do excesso de carga que a obesidade promove. Porém, o aumento de osteoartrite em articulações que não sustentam o peso leva a crer que a obesidade pode alterear o metabolismo ósseo e cartilaginoso independentemente da carga.

Felson DT, Anderson JJ, Naimark A, Walker AM, Meenan RF. Obesity and knee osteoarthritis. The Framingham Study. Ann Intern Med. 1988;109(1): 18–24.

Uma revisão de 22 estudos de gravidez em mulheres obesas revelou que diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional, depressão, parto com fórcipe e cesárea e infecção de ferida cirúrgica têm maior chance de ocorrer em mulhres grávidas obesas se comparadas com mulheres de peso normal. Em relação ao bebê, a obesidade aumenta o risco de nascimento prematuro, macrossomia, anomalias congênitas e morte perinatal. Em realação a amamentação, mães obesas amamentam menos e, as que iniciam, tem maior risco de cessação precoce.

Marchi J, Berg M, Dencker A, Olander EK, Begley C. Risks associated with obesity in pregnancy, for the mother and baby: a systematic review of reviews. Obes Rev. 2015;16(8):621–638.